sábado, 23 de maio de 2009

Obrigada


































E quando um dia ele duvidar...



...que meu coração lhe mostre o contrário e lhe diga...

...que lhe agradeço por tudo, tudo mesmo, que um dia me deu.

Kuala Lumpur em 2 imagens



Desenvolvidas ou desenquadradas?





Sair da India para Singapura; largar os Saris para voltar a usar salto alto; deixar o espiritual e entrar nas corridas desenfreadas de todos os dias; voltar ou partir?




Ás vezes cansa aquilo que outros chamam "desenvolvimento". Os arranhaceus; os carros; os fumos; os ruidos e a pressão. O conforto; a "sabedoria" e a condescendencia. Os sucessos e a correcção.



Mas nem sempre nos conseguimos distanciar daquilo a que alguns chamam e aplaudem como: desenvolvimento. Quando as teorias de globalização mais aclamadas são as de produção por especialização, onde as "vantagens comparativas" incutem a certeza de "correcto" via dependencia e exploração. Os de "3º mundo" ficam pelos primários e os de 1º com os terciários... Ponto final. Paradoxal, n? E como que por magia, um pais tão bom a produzir "cacos", entra em colapso, pq o mundo deixa de querer os tão bons "cacos" que produz.

Quando as escolas de gestão nos ensinam a maximizar tudo e mais alguma coisa, nos explicam estratégias que vão vender milhoes... E se esquecem que todos somos e podemos ser quem quisermos. Pensar como entendermos e por à disposição muito mais do que se sabe, ou se diz nos livros. Mas não, a sociedade não permite diferenças nem individualismos, e só premeia quando há "mais valias" claras e provadas. Quando o valor criado para a sociedade aumenta o PIB. Então e o FIB?

E quando queremos estar apenas a criar o que faz sentido para nós? E quando queremos apenas dar o melhor de nós, quer isso signifique "bom" para o socialmente aceite ou não?

Confesso, que cada vez que sinto a felicidade de ser apenas eu, não desejo mudar nunca. Quer a dita "sociedade" concorde/aceite ou não. E não mudo.





Aqui fica algo para pensar:

Felicidade Interna Bruta FIB


Iniciativas inspiradoras mostram caminhos para um futuro mais humano
08/12/2008

Índice de Felicidade Interna Bruta, adotado no Butão, e experiência de microcrédito em
Bangladesh são experiências de uma economia voltada ao bem-estar das pessoas
Hoje, enquanto 75% da população mundial têm apenas o mínimo ou até menos
do necessário para sobreviver com alguma dignidade, os restantes 25%
consomem muito mais do que realmente precisam. Existem vários outros
dados preocupantes, mas apenas este é suficiente para, de maneira definitiva
e prioritária, colocar na mesa de discussão a realidade à que a humanidade
tem virado as costas: o modelo de vida atual não é sustentável e, se não
houver mudança de comportamento, tanto o planeta como a humanidade
correm sérios riscos.

Mais preocupante ainda é que predominam práticas e modelos que estimulam
o consumismo e a competitividade entre os indivíduos, reforçando essa
realidade. (...) a adoção do índice FIB — Felicidade Interna Bruta — pelo
Butão, um pequeno reino asiático junto à Cordilheira do Himalaia. O conceito,
que substitui o PIB (Produto Interno Bruto) vê a felicidade dos cidadãos como
um medidor de progresso nacional e um assunto de política pública. Em São
Paulo, a 1ª Conferência Internacional do FIB, organizada pelo Instituto Visão do
Futuro, trouxe ao Brasil especialistas para debater o tema. Entre os
convidados, Dasho Karma Ura, coordenador do Centro de Estudos do Butão.
A outra vem de Bangladesh e seu promotor é Muhammad Yunus, prêmio Nobel
da Paz em 2006 por sua iniciativa de conceder crédito a pessoas pobres
demais para terem acesso ao sistema convencional, além de ensiná-las a
saírem da pobreza. Durante uma palestra em São Paulo, promovida pelo
Banco Real (parceiro apoiador do Akatu) e mediada por Helio Mattar, diretorpresidente
do Akatu, Yunus explicou como fez para tirar da pobreza mais de 7
milhões de pessoas dentro e fora de seu país.

A felicidade como objetivo de uma nação

Imagine se entre as obrigações básicas do governo (garantir acesso à saúde,
educação, trabalho e segurança) estivesse listada também o acesso à
felicidade. Parece algo distante, mas isso é realidade no Butão, um reino que
preferiu ir além do PIB — índice que mede a quantidade de riqueza produzida
por determinada nação, sem, no entanto, considerar as condições humanas de
sua produção — e adotou a FIB (Felicidade Interna Bruta).

“É um índice que combina vários indicadores que embasam as decisões
políticas do país”, define Karma Ura. “Essas políticas, por sua vez, estão
direcionadas principalmente para a felicidade da população.” São nove os
indicadores que compõem a FIB: bom padrão de vida econômica, boa
governança, educação de qualidade, boa saúde, vitalidade comunitária,
proteção e conservação ambiental, acesso à cultura, gestão equilibrada de
tempo e bem-estar psicológico.
Esses indicadores, segundo Karma Ura, permitem que o governo conheça a
realidade que está por trás dos números, garantindo o desenvolvimento
integral. Ou seja, “a renda não é buscada pelo seu bem em si, mas para
aumentar a qualidade de vida, para obter a felicidade baseada na ética, em
cultivar relacionamentos entre a diversidade populacional e com a natureza”,
completa.

Documento inteiro em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/indicadores/felicidade/felicidade_interna_bruta_fib.pdf

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cuba, para bailar la salsa!

Pois é, finalmente estou a ter aulas de salsa.

Para quem me conhece bem e já não me podia ouvir falar da minha vontade de salsa e Cuba, aqui estou eu... rendida ao sabor destes ritmos que mexem com muita gente. Comigo então nem vos falo;)

Alcantra vai ser por isso o meu destino dos proximos meses (quiça anos) depois do trabalho, e é tãããão bom!

Para saber mais:

"Salsa, em castelhano, significa "tempero", e a adoção do nome quis transmitir a idéia de uma música com "sabor". O movimento que originou este novo estilo de música latinoamericana começou em Nova Iorque, quando um grupo de jovens músicos começou a mesclar sons e ritmos visando criar uma sonoridade que tivesse um "sabor" latino-americano.

A salsa debutou no hotel Saint-George, do Brooklyn (Nova Iorque), onde o grupo Lebron Brothers, de origem porto-riquenha entusiasmou o público no início dos anos 70. Daí se espalhou entre as comunidades latino-americanas nos EUA e Porto Rico, depois a Cuba, Venezuela, Colômbia e outros países de língua espanhola. Nomes como Tito Puente, Celia Cruz, Johny Pacheco se tornaram expoentes do gênero."


NY?? Quem diria hein? Aposto que se vos perguntasse onde foi criada a Salsa, provavelmente responderiam Cuba!

Mas bom, sendo originaria de Cuba ou não, o que é certo é que agora, que até já sei dar uns passinhos e já começo nestas andanças, agora sim é que é: Cuba e definitivamente CUBA para os meus anos em Outubro!


Contagiante, n?

http://www.youtube.com/watch?v=Mv1ZsSrE03o


Bjooo

sábado, 2 de maio de 2009

Only in India!!



O quê?? Aquelas são as minhas roupas e as do Filipe???? Até as cuecas estão no lago?? Mas está tudo doido???

Não é que acordo e a roupa que tinha mandado lavar no dia anterior, estava agora estendida no lago, para todos verem e para servirem de belas camas aos gatos do nosso hotel!! Brilhante... Agora tenho um novo padrão nas minhas camisolas: patas de gatos! Como diz o tio: "Only in India"!! Melhor que isto só a forma como usam as autoestradas para secar os cereais! Sim, aquilo que chamam autoestradas (estradas muitas vezes de terra calcada com uma faixa em cada sentido), servem também como excelente local para "estender" os cereais que assinalam com ramos e os condutores que se desviem! Já não bastam as vacas e as cabras que tanto que fazer nos dão!


Um pouco de Portugal em Auroville. Estes nossos compatriotas, Tiago e Ana, (no video) foram algumas das pessoas que conhecemos em Auroville. Ela dá aulas de dança e ele de capoeira (estou correcta?). Vivem um estilo de vida que cá seria considerada, no minimo, diferente. Estão muito felizes, e estão para ficar. Há quem se encontre, por cá. Por mim, gostaria de cá voltar sem restrições (a operação recente não me dá muita liberdade para desfrutar como gostaria). E voltarei. Voltaremos, n querido?






Cá fora a vida continua igual a todos os dias. Os dias de meditação, os de execução, os de lazer ou os dias dos dias, que passam com luz.













Mas ir à praia de biquini está fora de questão!! São dezenas e dezenas de indianos surpresos por verem mulheres, assim, quase como vieram ao mundo! Param os que vieram conviver, param tambem aqueles que para tomar banho, alugam coletes salvavidas! sim, aqui é um negocio rentavel, tal é o medo vil dessa coisa grande chamado mar. Ondas então nem ve-las! Pára tudo para ver as senhoras entrarem sem temores naquelas aguas que nao acabam mais!! Nem precisaria dizer que fui a primeira vez e nao voltei... Com muita pena minha, ter o meu querido que me ir buscar dentro de água com a toalha, pois tal era a concentração de espectadores que tinha, foi algo que não me fez morrer de amores! Não deixa no entanto de ser tremendamente curioso;)



Milhões e milhoes de pastilhas de acrilico envolvendo folhas de ouro, cobrem a superficie deste lugar na terra, de admiração sem precedentes.



Antes de entrar, aguardamos pelo guarda (e co -fundador de Auroville) que nos acalma. Na verdade, "sets the mood" para aquela que seria uma das mais marcantes experiencias da minha vida.

Ouvi falar da filosofia desta comunidade. Querendo desacreditar, deixo-me levar. Descorre aquele homem nos seus 50, com ar de por quem nem 40 tinham passado: "Auroville belongs to nobody in particular. Auroville belongs to humanity as a whole. But to live in Auroville, one must be the willing servitor of the Divine Consciousness.
Auroville will be the place of an unending education, of constant progress, and a youth that never ages.
Auroville wants to be the bridge between the past and the future. Taking advantage of all discoveries from without and from within, Auroville will boldly spring towards future realisations.
Auroville will be a site of material and spiritual researches for a living embodiment of an actual Human Unity." Na pratica, tenho as minhas duvidas, mas deixo-me levar.

Entramos em grupo. Silencio. Absoluto silencio. Os gizos que tenho no tornozelo incomodam. São insurdecedores. São estridentes. Com um olhar fulminante sou chamada à atenção. Tenho que calçar estas meias brancas que me deram. Ninguem pronuncia uma palavra. Silencio absoluto. Estamos prontos e seguimos. Dois grupos são criados. Damos por nós num cenario "star wars" avermelhado, amplo, por onde seguimos e subimos numas escadas em caracol largas e difusas naquele espaço que se funde e se começa a tornar espiritual. A verdade sente-se. Os vitantes querem retrair-se mas rendem-se e libertam-se. Subimos qual rebanho em direcção ao topo, passo a passo. Lentamente subimos e observamo-nos com respeito. As regras, as regras que nunca ninguem nos as ensinou, as sabemos.

A porta abre-se e é tudo... Branco! A alcatifa é branca; as paredes esfericas são brancas; as colunas a cada 3 metros, brancas; as almofadas que marcam os nossos lugares, imaginem, brancas; mas esperem... algo ali no meio que não é branco, deixem-me passar, quero ver, é... é de cristal, é brilhante. Mas, vejo bem? Um feixe de luz? Sim, a câmara é iluminada por um unico feixe de luz que brota do tecto, incide na enorme esfera de cristal e encadeia por instantes.

Dou por mim a observar em redor. Há muita gente em transe, outros, como eu, tentam apenas entender aquele local. uma energia que não se explica, um fervor que não se entende. Extasiada com a surpresa e o detalhe, deixo-me aqui e ali, como que tentando ficar de alguma forma. Nada como isto se explica. Sente-se.

Matrimandir, o coração de Auroville.

Ainda hoje estou para interpretar o que lá dentro senti. Sabem que mais? Amei... Apenas isso.

As voltas que a vida dá!

Meio ano passou, e a minha vida continua a 1000. Olho para trás e sinto-me feliz. Tão feliz.

Na verdade, voltei, sim! Para quem me perdeu o rasto: voltei!

Vou continuar a contar passo a passo o que ficou para trás, com a distancia temporal e fisica, que não queria mas aqui fica, mais em tom de reportagem fotografica, os seguintes dias, dos meus 180 de viagem! Os detalhes, não os conto, mas as imagens aqui ficam!

Beijos e saudades aos que não vejo há tempos, aos que conheci em viagem (alguns dos quais reclamam eu não escrever em ingles) e se vao "desenrascando" com o seu espanholês arranhado e percebendo alguma coisa, ou pelo menos vendo as fotos e gargalhando. Mas eu sou portuguesa! O meu blog, é pois: em Português!

PS: ando em fase de retoma de contactos, agora que me decidi a ficar num país por uns tempos. Dêm noticias para combinarmos umas jantaradas!